segunda-feira, agosto 13, 2007

Notas de viagem - França 2007 (capítulo VIII)

Afinal... Bem podia gastar o resto da vida à procura do 202… Ça n'existe pas... Os Campos Elíseos acabam no 156. Mas existe o 16 da Rua do Hélder, apesar de ser um prédio do fim dos anos 90 do séc. XX.
O dia hoje rendeu. Sem chuva, com sol e calor, deu para ir aos Campos Elísios – ver que em França a Mercedes também faz saldos – voltar a Notre Dame e fotografar a Rua do Hélder.
Agora a bordo do TGV (!), e dando uso ao mp3, viajo ao lado de uma fulana que aposto ser portuguesa... Sentou-se e puxou de um livro; dois minutos depois desistiu da intelectualidade e desatou furiosamente a comer pistachios; agora adormeceu e deu para ver que anda a passear Amin Malouf – Les Identites Meuritrieres.
De resto a carruagem é dominada por adolescentes franceses – a caminho de férias – e espanhóis – de regresso de férias. A francesa que vai ao meu lado, do outro lado do corredor, até leva um gato.
Apesar de viajar de costas para o sentido de marcha, isto de andar de TGV não faz diferença para os outros comboios – só comprime os ouvidos nos túneis... Giro é o cheiro a queijo que vai chegando às minhas narinas... Como levo o saco aos pés vão pensar que não os lavo há eternidades.
Irún… transferência para o Sud-Express. Os bascos são umas bestas! Os bascos ou os ‘espanhóis’ que mandam nesta espécie de guarda fronteiriça… Senti-me transportado às filas de selecção dos SS na Alemanha nazi: passageiros para Portugal por aqui; passageiros para Espanha para ali. Quem demandava Espanha não foi sujeito a qualquer revista (pois… lá nem há terrorismo!); quem tinha Portugal como destino viu as suas bagagens passadas ao raio X (ou qualquer coisa semelhante) enquanto era submetido às maiores faltas de consideração pelos ‘guardas’ de serviço.
Passada aquela provação, o velho comboio constituiu um oásis, para o que contribuiu a simpatia de todo o pessoal. Parabéns à CP por isso, mas um cartão vermelho pelo material que coloca ao serviço daquela linha, porta de entrada em Portugal.
De resto, a viagem correu bem, mas o Sud-Express já não é o que era e gorou-se a minha intenção de viver o que sentiam os emigrantes de regresso a casa.

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